A IA não é o futuro. É o presente que escolhemos construir.
- Sidney Matos
- 28 de abr.
- 5 min de leitura

Não é sobre ser o número um, alcançar conquistas ou obter resultados e métricas excepcionais. É sobre ser lembrado pelo impacto no mundo, respeitar as histórias, fazer sentido e, também, ter lucro.
Sidney Matos
Essas palavras, retiradas do conteúdo que eu abordo de um manifesto que ressoa como um chamado urgente para o ecossistema de inovação do Nordeste. Em um mundo cada vez mais dominado por algoritmos e pela busca incessante por eficiência, corremos o risco de perder de vista o que realmente importa: a quididade humana, essa essência única e multifacetada que nos define.
No coração vibrante do Nordeste, em cidades como Salvador, onde a cultura pulsa em cada esquina, a criatividade ferve em cada mente e a resiliência é a marca do nosso povo, temos um potencial inexplorado, adormecido sob camadas de desafios e por vezes, uma visão limitada de inovação. Precisamos urgentemente repensar a forma como nos conectamos, como geramos inovação e, principalmente, como valorizamos o capital humano que reside em nossa terra, em toda a sua pluralidade de expressões e crenças.
No contexto atual uma abordagem que promova o despertar do gigante adormecido que reside em nossa capacidade de criar, de colaborar e de gerar impacto social e econômico positivo, sem deixar ninguém para trás. Ressoa com os princípios da Inteligência Artificial Centrada no Humano (HCAI) através de um pioneiro e grande expoente deste tema no mundo:
"Nós podemos aspirar por sistemas de alto desempenho, alta confiabilidade e segurança, mas o design centrado no humano deve almejar, acima de tudo, aumentar o controle, a competência e a capacidade de as pessoas realizarem seus objetivos"
Shneiderman, Ben. (2022). Human-Centered AI
Trata-se de direcionar o poder transformador da Inteligência Artificial para o bem comum, para a promoção da dignidade humana e para a construção de um futuro mais justo e próspero para todos.
Tecnologia e Experiência Humana
Há 19 anos, em uma sala de controle da Ford em Camaçari, vi um robô soldar uma carroceria com precisão milimétrica. Fiquei fascinado. Mas foi só quando um operador me disse "Essa máquina não erra, mas também não sorri" que entendi: a tecnologia pode ser perfeita, mas só ganha sentido quando serve ao imperfeito, as pessoas que sangram e sonham.
Não estamos aqui para competir com máquinas, mas para ensinar algoritmos a enxergar o que só o coração entende: dignidade.
Neste artigo, compartilho 3 verdades que desafiam o status quo da IA:
A IA que Ninguém te Contou: Alguém construiu !!!
Em 2010, liderando equipes de Sistemas de Automação já experimentávamos algoritmos de machine learning em uma multinacional automotiva. O objetivo era otimizar o ciclo produtivos das células robotizadas, e primeira coisa, não é mágica, é estratégia e planejamento que acontecem os resultados. Mas o verdadeiro milagre aconteceu quando os operadores começaram a usar os dados para propor melhorias, discutirem a performance de células e downtime, proporcionando ganhos financeiros e excelência operacional.
A lição? 🡪 Algoritmos são tijolos, Pessoas são os arquitetos.
O maior erro das empresas é acreditar que IA substitui humanos. Na realidade, ela amplifica vozes que antes eram ignoradas. Um estudo do MIT mostra que empresas que integram funcionários de linha de frente em projetos de IA têm 47% mais chances de sucesso.
Mas Sidney, como fazer isso?
- Crie comitês de inovação com operacionais, não só diretores.
- Riscos conhecidos e dores reais como ponto de partida, envolva outras pessoas, valorize a falha e responsabilidade, resultado requer determinação e transpiração.
- Substitua relatórios de 50 páginas por dashboards visuais que até um avô do interior entenda.
“A IA do futuro não será a que pensa sozinha, mas a que ensina uma equipe a pensar melhor.”
Sidney Matos
2. O Segredo que Silicon Valley não quer que Você Saiba: Cultura > Tecnologia
Falhamos, por quê? Os gestores insistem em imprimir relatórios digitais para "analisar com caneta".
- Aqui está a verdade nua e crua:
- Dados são o novo petróleo, mas cultura digital é o motor.
- Sem ela, até o ChatGPT vira um peso de papel caro.
- Saindo do Escuro
- Alfabetização Digital: Treinamentos que explicam IA com analogias do cotidiano também aplicada a negócios.
- Liderança Espelho: Diretores que usam ferramentas digitais em reuniões, mostrando que não é "coisa de jovem".
- Empreenda: Construa ambientes favoráveis para empreender dentro e fora da empresa.
- O Algoritmo que Nenhuma Startup Ensina: Propósito é o Novo ROI. A IA mais disruptiva não está no Vale do Silício. Está nas mãos de quem resolve problemas reais, com recursos reais, para pessoas reais.
Como replicar isso em grandes empresas?
Passo 1: Defina um "propósito de algoritmo". Ex.: "Nossa IA não só reduz custos, mas garante realocação posições de trabalho.”.
Passo 2: Use métricas duplas. Ex.: "Aumentar lucratividade em 20% e reduzir lacunas salariais em 15%".
Passo 3: Crie um "Conselho de Governança Digital" com funcionários, clientes e até sindicatos.
Comece local, Impacte Global, Agora.
É importante mencionar que estas ações e insights trazem consigo o resultado e impacto, e nada melhor do que nós podermos apresentar com soluções inovadoras, pensadas e realizadas com seus primeiros passos aqui na Bahia e conquistando seu espaço no cenário nacional.
“Não vendemos Inteligência Artificial. Nós oferecemos o que você pode fazer a partir dela. E isso… é ilimitado!”
Hive Computer Vision
Esta mensagem do CEO @Willian Rocha fundador da Hive, startup baiana de Inteligência Artificial, é uma demonstração clara e real, de que talento, proposta de valor e resiliência guiados por um propósito claro transforma vidas. Aqui no HUB Salvador em 2022 eu comecei a acompanhar a jornada da Hive, exercendo o papel da Inteligência Artificial em Visão Computacional oficial da Virada Salvador 2023/2024 e 2024/205, e agora vai levar MEGAN (eu me apaixonei à primeira vista) para fazer a diferença no Carnaval 2025 de Salvador.
Ousar a Bahia através da essência das Pessoas na Era da IA
É no Pelourinho vibrante, nos terreiros sagrados, nos becos do Garcia, nas rodas de capoeira, no sorriso acolhedor do nosso povo, que encontramos esta essência. Onde a inovação brota da necessidade e a criatividade é a nossa principal ferramenta de resistência, temos a oportunidade única de moldar uma IA com a nossa cara, com a nossa alma, com a força do nosso axé. Podemos construir uma ponte entre a nossa ancestralidade e o futuro digital, entre a nossa identidade cultural e a inovação tecnológica, entre a nossa luta por equidade e as ferramentas da inteligência artificial.
Que cada soteropolitano, ao ler estas palavras, sinta o orgulho de ser quem é, a força de onde veio e o potencial de onde pode chegar. Que a nossa luz brilhe forte, que a nossa voz ecoe no mundo, e que a nossa inovação seja sempre, e acima de tudo, para o bem-estar e a dignidade do nosso povo.
“A IA não é o futuro. É o presente que escolhemos construir. E eu escolhi um presente onde dados servem pessoas, não o contrário."
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