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Investimento privado: o motor que pode impulsionar startups na Bahia

  • Foto do escritor: ABAS
    ABAS
  • 12 de mai.
  • 5 min de leitura


A gente costuma falar muito sobre inovação, tecnologia, startups… mas uma pergunta básica ainda precisa ser feita com mais frequência: de onde vem o dinheiro pra fazer tudo isso acontecer? A resposta está mudando — e na Bahia, essa mudança está ganhando força. O investimento privado, mais do que nunca, tem se mostrado o motor principal para que o ecossistema de startups cresça, se fortaleça e se torne competitivo.

Não é que o investimento público não tenha seu valor — ele tem, e muito. Apoia infraestrutura, educação, ciência básica e políticas de fomento. Mas, quando o assunto é velocidade, risco e escala, ele costuma ficar pra trás. O capital privado tem outra pegada: é mais rápido, flexível, se adapta melhor ao ritmo de uma startup e entra quando o negócio mais precisa: lá no começo, no campo das ideias, quando o risco é alto e a chance de retorno também.

“O investimento privado é um dos pilares centrais para o fortalecimento do ecossistema baiano de inovação. Ele acelera a maturação das startups, viabiliza projetos e gera ciclos de crescimento”, explica Thiago Santos, Diretor de Investimentos da ABAS. “E quando vem acompanhado de inteligência estratégica, tem o poder de transformar ideias em negócios escaláveis.”


Investidor privado: Dinheiro, Estratégia e Conexão


Quando falamos de investimento privado em startups, não estamos falando só de dinheiro. Estamos falando de musculatura pra crescer. O investidor-anjo ou o fundo de venture capital certo traz muito mais do que capital: traz visão de negócio, networking, validação e até visibilidade de mercado. Isso é o que falta na maior parte dos negócios inovadores que surgem na Bahia e no Nordeste.

É também esse tipo de apoio que permite que uma ideia boa vire uma solução real — e que essa solução vire um negócio de verdade, com produto no mercado, cliente pagando e operação funcionando. O recurso financeiro ajuda, claro, mas é a qualificação estratégica que torna o crescimento sustentável.

“O capital que circula dentro do estado permanece aqui, gerando impactos reais através de empregos e formação de lideranças globais”, reforça Thiago.


Por que o investimento público não dá conta sozinho?


Os recursos públicos são importantes, mas limitados. São mais burocráticos, chegam devagar, têm regras rígidas de uso e, muitas vezes, não acompanham o ritmo das startups. Uma empresa que tá testando produto, validando mercado ou tentando tração não pode esperar seis meses por um edital. Ela precisa de recurso agora — e de alguém que entre não só com dinheiro, mas com inteligência.

“Captar investimento não é uma solução mágica, é uma alavanca para escalar algo que já tem sinais claros de tração. Mas o melhor investimento ainda é o dinheiro do cliente”, alerta Thiago. “Investimento externo deve ser buscado com consciência, como quem começa um namoro pensando no casamento.”

Ele lembra que a maioria das rodadas iniciais hoje acontece via contrato de mútuo conversível. Isso quer dizer: ceder uma parte futura da empresa em troca de capital agora. Ou seja, entrar nesse jogo exige preparação, clareza sobre o modelo de negócio, métricas sólidas e gente certa no time.

“É preciso conhecer suas métricas, entender o mercado e resolver um problema real. Sem isso, não adianta querer captar. Um bom negócio começa por pessoas certas.”


O jogo está virando na Bahia


A prova de que o jogo está mudando é a movimentação recente da ABAS. Em março, a entidade anunciou a articulação de R$ 20 milhões em investimento privado para fomentar startups baianas. Isso não é só um número bonito. É um símbolo de maturidade do ecossistema — e um aviso para quem ainda duvida da força da Bahia.

“Esse recurso muda o jogo pelo seu potencial transformador, não apenas pelo capital em si, mas pelo movimento de confiança e visão de longo prazo que ele representa”, destaca Thiago.

Com esse investimento, a Bahia entra de vez no radar de fundos e investidores que antes só olhavam para o eixo Rio-São Paulo. FEA Angels, GV Angels, Cedro Capital, DGF, Bossa Nova, Equity Rio e outros já estão atentos ao que está nascendo por aqui.


O papel da ABAS e o MAC


Parte desse movimento é resultado direto do trabalho da ABAS, que criou o MAC – Método Ágil de Captação. A ideia é simples e poderosa: preparar as startups para captar o smart money certo, com a tese certa, no momento certo.

“Nosso papel é gerar essas conexões com base em qualificação e inteligência, aproximando investidores das startups certas. O MAC torna o acesso ao capital mais democrático, descentralizado e diverso”, diz Thiago.

Além disso, iniciativas como essa ajudam a inspirar políticas públicas, formar talentos e atrair fundos nacionais e internacionais. O resultado é um ciclo virtuoso que começa com capital e termina com inovação de verdade, feita por gente da Bahia, pra resolver problemas reais da Bahia — e do mundo.


Confiança é tudo: o Hub Salvador faz a ponte


Para o investidor, confiança é a moeda mais valiosa. E um ambiente de negócios bem estruturado, com dados, mentorias e comunidades ativas, facilita a decisão de investimento.

“O associativismo promovido pela ABAS fortalece o ecossistema ao organizar, qualificar e dar visibilidade às startups baianas”, explica Thiago. “Isso gera confiança nos investidores e cria um ambiente mais seguro e atrativo para aportes.”

Nesse cenário, o Hub Salvador se destaca como um pilar fundamental. Localizado no histórico bairro do Comércio, o Hub atua como um verdadeiro catalisador de inovação, conectando empreendedores, investidores e instituições em um espaço colaborativo de mais de 3.000 m², equipado com infraestrutura moderna, incluindo auditório, estúdios de produção e áreas de coworking .

Desde sua fundação em 2018, o Hub Salvador tem sido um ponto de encontro para startups e empresas que buscam desenvolver e escalar seus negócios. Com a nova gestão iniciada em 2024, sob a liderança do CEPEDI e em parceria com organizações como Wayra, Softex e Inventivos, o Hub intensificou seus esforços para fomentar a inovação inclusiva e sustentável na região .

Além de oferecer programas de aceleração, como o FLOW, em colaboração com a Wayra, o Hub Salvador promove eventos, mentorias e workshops que visam fortalecer o ecossistema local. Essas iniciativas não apenas preparam as startups para captar investimentos, mas também ampliam suas redes de contato, facilitando conexões estratégicas com investidores e parceiros .

A atuação conjunta da ABAS com o Hub Salvador fortalece ainda mais a confiança no ecossistema baiano e amplia as oportunidades de conexão para startups em diferentes fases. Juntas, essas instituições criam um ambiente propício para o crescimento de negócios inovadores, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social da Bahia.


E Thiago manda o recado direto pra quem ainda está em dúvida:

“A mensagem é simples: quem não estiver olhando para a Bahia agora, vai chegar atrasado.


A Bahia já está pronta


A nova geração de empreendedores baianos está vindo com tudo. Eles não estão só criando aplicativos ou plataformas — estão resolvendo problemas reais de educação, saúde, mobilidade, agro, energia, logística. E o melhor: muitos desses negócios nascem fora dos grandes centros, em bairros periféricos ou no interior do estado.

“Estamos falando de inovação com propósito, com raízes na periferia, no interior, nos territórios. E isso é diferencial competitivo”, diz Thiago. “O que falta, muitas vezes, não é talento nem oportunidade. É capital com visão e coragem de apostar fora do eixo tradicional.”


Investir na Bahia não é caridade, é visão

A Bahia está escrevendo um novo capítulo na história da inovação brasileira. E o investimento privado é a tinta dessa história. Não dá mais pra achar que o futuro da tecnologia está só em São Paulo ou no sul do país. Ele está aqui também — e quem chegar cedo, vai colher os frutos.

Nas palavras de Thiago:

“Quem chega primeiro, bebe água limpa.”

 
 
 

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