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Papo de Founder: lições reais para quem quer crescer com estratégia

  • Foto do escritor: ABAS
    ABAS
  • 17 de jun.
  • 4 min de leitura
Foto: Estudio 071
Foto: Estudio 071

Na manhã do dia 24 de abril, algo diferente aconteceu no Hub Salvador. Mais do que um evento tradicional, o primeiro Papo de Founder se transformou numa experiência genuína de troca entre pessoas que vivem o empreendedorismo no dia a dia. Realizado pela Associação Baiana de Startups (ABAS) em parceria com o Hub Salvador, o encontro reuniu founders, investidores, mentores e articuladores do ecossistema baiano para uma conversa franca sobre os desafios reais de quem busca investimento.

O resultado foi um evento que tocou no que realmente importa. O espaço ficou próximo da lotação máxima, o networking fluiu naturalmente e foi possível perceber que todos estavam ali com um propósito comum: aprender de forma prática e direcionada. Não houve espaço para discursos vazios ou histórias de sucesso sem contexto. Foi aprendizado aplicável, do tipo que faz diferença na segunda-feira seguinte.


Quando a jornada exige mais maturidade

Simone Jordão, Diretora de Relações Institucionais da ABAS, foi clara sobre o perfil do evento: "Não acredito que seja conteúdo para empreendedores em início de jornada. O público-alvo deste evento foram investidores e pessoas interessadas em se tornar investidores. Tivemos startups também, para entender como chegar em alguns financiamentos... mas não acredito ser este tema para início de jornada."

Essa clareza de propósito é fundamental. O Papo de Founder foi pensado para quem já passou da fase inicial do empreendedorismo e está em busca de estruturação, tração ou escala com apoio de investimento externo. É para quem já entende que ter uma boa ideia é apenas o primeiro passo de uma jornada muito mais complexa.


A verdade sobre conexões que geram resultado

Durante o encontro, ficou evidente que nem toda aproximação entre startup e investidor resulta em negócios produtivos. A falta de preparo adequado ainda é um obstáculo real. Simone foi direta ao abordar essa questão: "Temos alguns desafios. O investidor precisa ter uma startup preparada e ciente de seu nível de maturidade para que as negociações possam seguir."

Muitas startups ainda não dominam conceitos fundamentais como o Technology Readiness Level (TRL), metodologia que avalia o grau de maturidade de uma tecnologia. Quando uma startup compreende seu TRL, ela ganha clareza sobre o caminho que ainda precisa percorrer antes de se tornar verdadeiramente atrativa para investidores.

É nesse contexto que o papel dos mentores ganha relevância estratégica. "O mentor é a pessoa que eleva o nível de maturidade da startup a partir dos exemplos que pode trazer, ampliando a visão com referenciais sólidos para tomada de decisões", explica Simone. Não se trata apenas de orientação, mas de acelerar o processo de amadurecimento com base em experiências concretas.


Conteúdo que vai além da superfície

Durante o Papo de Founder, os conteúdos apresentados tiveram um tom direto, realista e extremamente relevante para o momento das startups presentes. O foco não foi apenas inspirar, mas provocar reflexões práticas sobre como se preparar melhor para o mercado e para a aproximação com investidores.

Entre os temas debatidos no painel, destacaram-se pontos como:

  • A importância de desenvolver soluções realmente conectadas às necessidades do mercado, e não apenas ideias criativas sem validação.

  • A urgência em testar, medir e aprender com rapidez, com base em metodologias como o Lean Startup, mas adaptadas à realidade local.

  • A necessidade de pensar o relacionamento com grandes empresas como parcerias estratégicas, em que a startup oferece inovação e agilidade, enquanto a corporação pode abrir portas para escala e validação comercial.

Esses debates evidenciaram o quanto o ecossistema baiano precisa de mais espaços como esse — onde as dores e desafios não são escondidos, e sim transformados em aprendizado coletivo.


A receita de eventos transformadores

Para Simone Jordão, a qualidade de um evento está diretamente relacionada à curadoria estratégica: "Temas aderentes, excelente curadoria de participantes, seleção de público-alvo e trabalho de captação para presença que ultrapasse a divulgação em grupos ou redes sociais."

Essa abordagem revela que eventos verdadeiramente transformadores vão muito além da divulgação tradicional. Exigem pensamento estratégico para garantir que as pessoas certas estejam discutindo os temas certos, no momento certo. Foi exatamente essa combinação que fez do Papo de Founder uma experiência diferenciada.


Hub Salvador como catalisador do ecossistema

A parceria com o Hub Salvador segue determinante para o sucesso da iniciativa. Mais do que fornecer infraestrutura, o Hub atuou como verdadeiro conector, ampliando o alcance do evento e fortalecendo as redes de relacionamento do ecossistema. Essa atuação consolida o Hub como um articulador genuíno da inovação na Bahia.

O evento demonstrou que a Bahia tem capacidade para realizar encontros de alto nível, com conteúdo consistente e participação qualificada. É um indicativo claro de que o ecossistema local não apenas está em movimento, mas também em processo de amadurecimento.


Continuidade com propósito

Embora o sucesso seja inegável, Simone enfatiza que a continuidade exige planejamento cuidadoso: "Temas certos para o público certo." Essa lógica reforça o compromisso da ABAS em promover ações que vão além do simples networking, construindo pontes duradouras entre ideias, capital e execução.

O Papo de Founder estabelece um precedente importante para o ecossistema baiano. Cria um espaço onde o empreendedorismo é tratado com a seriedade que merece, combinando visão de futuro com compromisso real de impacto coletivo. Como se destacou no evento, inovação audaciosa não pode ser criada por uma única empresa ou setor trabalhando isoladamente.

É por essa razão que o trabalho continua em rede. Com o Hub Salvador, com investidores, com mentores e principalmente com founders comprometidos em construir a inovação da Bahia com os pés no chão e os olhos no horizonte.

Porque, no final, é disso que se trata: pessoas reais construindo negócios reais, com impacto real. E conversando sobre isso com a franqueza que o momento exige.


 
 
 

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